ASC 2018 – Imagens iradas e os resultados da última etapa do Circuito Arpoador Surf Club

Aconteceu no final de outubro (dia 31) a 4ª e última etapa do Circuito OsklenSurfing Arpoador Surf Club 18, nas categorias Open, Grand-Master, Legends Longboard e Feminino. A etapa final para as categorias de base, o Arpex Surf Groms, está em espera e pode acontecer neste próximo fim de semana (mais provável no domingo, dia 11).

Circuito OsklenSurfing Arpoador Surf Club 18. Foto: Barbara Becker.

Open

Na categoria principal (Open), estava em jogo o prêmio máximo do circuito, uma surf trip para a Nicarágua oferecida pelo ASC em parceria com a Nivana Surf Trips e o Miramar Surf Camp. E havia três fortíssimos candidatos ao título: Fabiano Passos, Marcelo Bispo “Preto-Loro” e Anderson Carvalho “Picachú”, três regular-footers que surfaram muito durante todo o ano, elevando o nível do surf de backside nas esquerdas do Arpex.

O primeiro a entrar na água foi o atual campeão da categoria, Picachú, que se posicionou na terceira laje para ficar de fora da disputa pelas ondas com seus oponentes e já vir manobrando lá de fora. Com duas notas na casa do excelente (8,5), o até então terceiro colocado no ranking jogou pressão nos lideres, que surfariam em seguida.

Anderson Picachú. Foto: Ana Paula Vasconcelos.

Na bateria seguinte, o líder do ranking, Fabiano Passos, começou cometendo alguns erros, talvez sentindo a pressão. Mas, aos poucos foi se soltando e no último minuto conseguiu pegar uma boa onda no “Jacaré” e surfar bem para garantir a terceira colocação na classificação geral (até aquele momento) e uma vaga na final atrás do próprio Picachú e do atleta da Rocinha (São Conrado), Popó, que surfou com muita velocidade em sua bateria.

Fabiano Passos. Foto: Ana Paula Vasconcelos.

Menos sorte teve o vice-líder Marcelo Bispo, que passou a maior parte da sua bateria pegando ondas sem muita qualidade, que dificultavam que o atleta exibisse o melhor do seu surf. Apenas no fim da bateria o Preto-Loro conseguiu pegar uma onda da série, acertando uma bela batida no crítico. Mas, infelizmente, a onda fechou em seguida não dando oportunidade para mais uma manobra que fatalmente jogaria a nota no conceito excelente. Ao término da bateria, Marcelo estava perigosamente em quarto na classificação geral, restando ainda seis baterias e alguns dos melhores surfistas da categoria para entrar na água.

Marcelo Bispo. Foto: Barbara Becker.

E mesmo com a mudança do mar, o vento leste afetou um pouco a formação das ondas (para pior), três atletas que competiram depois dos líderes conseguiram carimbar seus passaportes para a final. Foram eles os locais do pico Bruno Coutinho (bateria 7) e Bernardo Bordovsky (bateria 11), e o local de Itacoatiara Floriano Pinheiro (bateria 9). Com isso, a decisão do circuito ficou para a última bateria do ano, onde o Anderson Picachú e o Fabiano Passos, dois atletas de gerações diferentes do Arpoador (o primeiro com 18 anos e o segundo com 43 anos) iriam disputar o título numa final de 40 minutos de duração junto com outros quatro surfistas.

A vantagem do Fabiano era grande, bastava um terceiro lugar na final para se consagrar campeão da temporada. Porém, uma decisão errada logo no início jogou por terra suas pretensões na bateria. Ele acabou entrando na onda do Picachú, que vinha lá da terceira laje, e foi punido com uma interferência, caindo para a última colocação na bateria. Ainda assim, o Picachú precisava vencer a final para ultrapassar o Fabiano no ranking. Tarefa árdua, ainda mais com dois surfistas locais em excelente forma na bateria, o já veterano Bruno Coutinho e o júnior Bernardo Bordovsky.

Porém, se tem um surfista no Arpoador que não sente a pressão, este é o Anderson Carvalho “Picachú”. Nascido e criado no morro do Cantagalo, Picachú perdeu alguns dos seus melhores amigos para o tráfico de drogas, e viu no surf uma tábua de salvação para a sua vida. De 2011 até hoje, o jovem de 18 anos foi campeão em todas as categorias de base do ASC até se consagrar campeão da categoria principal no ano passado.

Um atleta que não reclama das condições do mar, da formação das baterias, do julgamento, da organização, de nada. Seja como, onde e quando for, ele sempre se adapta e entra na competição para vencer, tendo uma consistência impressionante. Nesta final, precisando da vitória, fez mais duas notas excelentes (8,00 e 7,33) para vencer e convencer. É o campeão de 2018, bicampeão!

Pódio Open. Foto: Ana Paula Vasconcelos.

E se no ano passado ele não pôde usar a passagem de prêmio para o Peru por falta de dinheiro para estadia, neste ano além da passagem o ASC irá premiá-lo com uma estadia em um lugar alucinante, graças à parceria com o Miramar Surf Camp (Nicarágua). Isso para que o nosso campeão possa conhecer pegar altas ondas nesse paraíso de águas quentes e terral na América Central.

(mas, mais do que isso, esperamos que esta conquista, mais uma em sua carreira como amador, ajude o Picachú a conseguir um patrocínio para seguir o seu sonho de viver como surfista profissional – ele merece!)

Grand-Master

E não foi só na Open que tivemos histórias de superação. Na Grand-Master, apenas a vitória daria o título ao Guilherme Penteado, o único atleta que ainda poderia ultrapassar o até então líder do ranking, Pedro Peixoto.

Ter de vencer, e vencer, é sempre difícil, especialmente em uma onda tão temperamental como o Arpoador e em uma categoria tão equilibrada, como a Grand-Master. Mas, os treinos na madrugada (antes do trabalho) durante todo o ano foram recompensados com uma ótima escolha de ondas e uma grande performance durante todo o evento, com o Penteado sendo o melhor da primeira fase e da bateria final para não deixar dúvidas quanto à sua vitória. Na entrega de prêmios, o surfista de Ipanema destacou sua “resiliência”, com muitos anos de dedicação a este circuito até chegar no topo.

Guilherme Penteado. Foto: Ana Paula Vasconcelos.

Legends

Falando em superação, o que falar de Roni Veloso? Lutando contra um câncer agressivo já há alguns anos, só dele estar na água competindo é a maior superação de todas. Mais do que isso, ele venceu a bateria final e se consagrou o campeão de 2018, título que busca desde o início do circuito, em 2011. Muita emoção no pódio, onde o atleta dedicou a sua vitória aos médicos que o vêm acompanhando em sua luta diária pela vida.

Roni Veloso. Foto: Barbara Becker.

Feminino

Entre as meninas, o ranking mais embolado do circuito, com quatro atletas na disputa pelo título. E nenhuma delas conseguiu se destacar, talvez pelo nervosismo decorrente da vontade de vencer e levar como prêmio a estadia (all inclusive) no Miramar Surf Camp. Melhor para Ariane Mateik, que já fora da disputa pelo ranking arriscou mais, atacando a junção de uma onda da série, e venceu a etapa. Em segundo ficou Monika Takaki e em terceiro Mariana Taboada. Com esses resultados, a Mari terminou o ranking em primeiro, apenas 7 pontos na frente da Monika, e se consagrou tetracampeã do circuito.

Ariane Mateik. Foto: Ana Paula Vasconcelos.

A confraternização final foi mais uma vez regada a Cerveja Praya, o que deixou a galera ainda mais amarradona para curtir o pôr-do-sol no berço do surf carioca.

O Arpoador Surf Club agradece a todos que ajudaram a viabilizar este evento, ao patrocinador OsklenSurfing, aos apoiadores, aos atletas e à nossa equipe de trabalho (staff): Guilherme Aguiar (organizador/diretor de prova); Magno Mexicano (produção); Paulo Dolabella (árbitro-chefe), Guguinha (árbitro-chefe); Felipe Baltazar (árbitro); Denílson Thiola (árbitro); Simão Romão (árbitro); Jefferson Cardoso (árbitro); Ewerton Marques (spotter); Henrique Prates (locutor); Renata Mattos (assistente); Roberto Montilho Mé (beach-marshall); Alexandre Silva Rascunho (técnico de som); Jean Carlos (segurança de água); Ítalo Scooby (segurança de água); Bimbo (apoio); Rodrigo Carvalho Tico (apoio); Daniel Quintanilha (videomaker); Ana Paula Vasconcelos (fotógrafa); Bárbara Becker (fotógrafa), e a toda a galera local que apoiou e prestigiou. Muito obrigado!

Pódio confraternização. Foto: Ana Paula Vasconcelos.


Veja o vídeo da etapa e logo abaixo os resultados da etapa e o ranking final:

 

 

Resultados da Etapa Final

Open

1        Anderson Picachú

2        Bernardo Bordovsky

3        Bruno Coutinho

4        Popó

Grand-Master

1        Guilherme Penteado

2        Fernandinho do Leme

3        Rodrigo Fabrini

4        Eduardo Chalita

Legends Longboard

1        Roni Veloso

2        Ricardo Sirotsky

3        Luis Leal

4        Gian Cacciola

Feminino

1        Ariane Mateik

2        Monika Takaki

3        Mari Taboada

4        Luz Stecca

Resultados completos: https://goo.gl/hFqz2x

Rankings Finais do Circuito OsklenSurfing ASC 2018

Open

1        Anderson Picachú    2775

2        Fabiano Passos       2701

3        Marcelo Bispo         2636

4        Rômulo Bula           2108

Grand-Master

1        Guilherme Penteado         2701

2        Pedro Peixoto                  2670

3        Fernandinho do Leme       2431

4        Fernando Xará                 2027

Legends Longboard

1        Roni Veloso           2872

2        Luis Leal                2790

3        Ricardo Sirotsky     2366

4        Gian Cacciola          2333

Feminino

1        Mari Taboada         2782

2        Monika Takaki        2775

3        Irene Puerto          2690

4        Ariane Mateik         2687

Rankings completos: https://goo.gl/5VnT4T

O Circuito OsklenSurfing ARPOADOR SURF CLUB 18 é uma realização da associação dos surfistas do Arpoador – Arpoador Surf Club – A.S.C. em parceria com a OsklenSurfing e apoio de:

MIRAMAR SURF CAMP

BOARDS CO | SILVERBAY

ART IN SURF

ACQUATIC

CARVER SKATES

CERVEJA PRAYA

ARTESANAL PRODUTOS NATURAIS

JUÇAÍ ORGÂNICO

NIVANA

Apoio de mídia: RicoSurf

Apoio institucional: Instituto E, FESERJ, e Superintendência Regional da Zona Sul.

Agradecimentos: Casa2imagem, Prefeitura do Rio, 3º SGMAR, 14ª Delegacia De Polícia Civil, 23º Batalhão De Polícia Militar, e Favela Surf Clube.