Decisão do título mundial começa segunda-feira no Havaí

Gabriel Medina lidera o ranking e pode conseguir o primeiro título do Brasil na história do ASP World Tour no Billabong Pipe Masters

Começa nesta segunda-feira o prazo da grande final do Samsung Galaxy ASP World Championship Tour que vai decidir o campeão mundial de 2014 no Havaí. A expectativa é pelo primeiro título do Brasil na história do circuito iniciado em 1976, com o paulista Gabriel Medina, de apenas 20 anos de idade, podendo conseguir este feito inédito no Billabong Pipe Masters em Banzai Pipeline. Ele liderou o ranking em nove das dez etapas já disputadas e só depende dele mesmo, porém tem dois concorrentes que juntos somam quatorze títulos mundiais, o onze vezes campeão Kelly Slater, 42 anos, e o tricampeão Mick Fanning, 33. Dos três, o único que está participando da segunda joia da Tríplice Coroa Havaiana em Sunset Beach é Gabriel Medina, um dos cinco brasileiros classificados para as oitavas de final da Vans World Cup of Surfing que foram adiadas na quinta-feira porque o mar baixou no North Shore da ilha de Oahu.

O brasileiro tem uma grande vantagem de 6.500 pontos que obriga Kelly Slater ter que vencer o Pipe Masters. Mas, Mick Fanning diminuiu a diferença para 3.450 com a vitória na etapa passada, o Rip Curl Pro Peniche em Portugal. Medina tinha chance de garantir o troféu de campeão mundial por antecipação na Europa, mas foi surpreendido pelo norte-americano Brett Simpson na terceira fase. O melhor para ele foi que Kelly Slater também perdeu o duelo seguinte para o espanhol Aritz Aranburu. Com isso, Mick Fannig passou a ser a maior ameaça para o primeiro título brasileiro no Circuito Mundial de Surfe Profissional.

Diferente dos últimos anos, o Billabong Pipe Masters será disputado com o mesmo formato das outras etapas do WCT, com os 36 participantes divididos em doze baterias e repescagem para os que perderem na primeira fase. Até o ano passado, eram 48 competidores distribuídos em três rodadas eliminatórias para incluir quatorze convidados pelos organizadores, principalmente do Havaí. Já os doze melhores do ranking entravam direto na terceira rodada da competição, ou seja, se continuasse assim Gabriel Medina tiraria Kelly Slater da briga do título com vitória em sua primeira bateria no campeonato.

PRIMEIROS ADVERSÁRIOS – Agora o brasileiro terá de ganhar duas para isso e foi criada uma triagem para classificar apenas dois havaianos para completar a rodada de apresentação dos melhores surfistas do mundo no templo sagrado do esporte na ilha de Oahu. Um deles será o terceiro adversário de Gabriel Medina no sexto confronto do primeiro dia de boas ondas em Banzai Pipeline, pois o prazo do Billabong Pipe Masters vai até 20 de dezembro. O outro é o espanhol Aritz Aranburu e Medina vai estrear já sabendo dos resultados de Kelly Slater e Mick Fanning, que competem nas duas baterias antes da dele.

O primeiro candidato ao título a se apresentar no último evento da história da Association of Surfing Professionals, que vai mudar o nome para World Surf League (WSL) a partir de 2015, será o maior fenômeno da Era ASP, Kelly Slater. Semanas atrás ele contundiu os dedos do pé, mas está escalado na quarta bateria com os australianos Matt Wilkinson e Mitch Coleborn, substituto do lesionado Adriano de Souza no Billabong Pipe Masters. Na disputa seguinte entra Mick Fanning com o também australiano Adam Melling e o outro classificado na triagem havaiana. Esta rodada inicial é classificatória e os vencedores das baterias avançam direto para a terceira fase, mas os perdedores têm uma segunda chance na repescagem.

MATEMÁTICA DO TÍTULO – No Billabong Pipe Masters, os três concorrentes vão trocar os mesmos 1.750 pontos do segundo pior resultado deles na temporada, pois o pior já foi descartado em Portugal. Medina lidera o ranking com 56.550 pontos, Fanning tem 53.100 e Slater está somando 50.050 nos oito resultados computados. Para Slater só interessa a vitória no Pipe Masters para superar a pontuação atual do brasileiro e Fanning consegue isso nas semifinais. Mas, o australiano já iguala os 56.550 pontos quando passar para as quartas de final. Se terminarem empatados, o título mundial será decidido em uma bateria extra.

Se Banzai Pipeline estiver melhor do que o Backdoor, bom para Medina que neste ano foi campeão nas outras duas etapas do Samsung Galaxy ASP World Championship Tour com esquerdas tubulares, na temida Teahupoo no Taiti e em Cloudbreack nas Ilhas Fiji. Ele depende só dele mesmo para trazer o primeiro título mundial para o Brasil. Para aumentar sua somatória no ranking, precisa passar da terceira fase para trocar os 1.750 pontos do 13.o lugar em Portugal por 4.000 da nona colocação no Havaí. Aí atingiria 58.800 pontos e já tirava Kelly Slater da corrida do título, pois o onze vezes campeão mundial só consegue alcançar 58.300 com uma vitória em Banzai Pipeline. Além disso, o brasileiro obrigaria Mick Fanning a ser finalista para supera-lo, ou seja, poderia comemorar o título a partir daí se o australiano perder antes da final.

Caso Medina avance para as quartas de final e terá duas chances para isso, na quarta fase ou na repescagem, Fanning passa a necessitar da vitória no Havaí. A situação é a mesma se o brasileiro passar para as semifinais, pois ele ficando em terceiro lugar o australiano ainda poderá superar os seus 61.300 pontos com os 61.350 que conseguiria com o título no Pipe Masters. No entanto, se os dois forem para a grande final o troféu de campeão mundial de 2014 será de Gabriel Medina independente do resultado da bateria, pois já atingiria imbatíveis 62.800 pontos no ranking final do Samsung Galaxy ASP World Championship Tour.

TÍTULO MUNDIAL DE 2014:

– GABRIEL MEDINA – para não depender dos resultados dos adversários, confirma o título mundial quando passar para a grande final em Banzai Pipeline

– MICK FANNING – precisa no mínimo chegar nas quartas de final do Pipe Masters para igualar os 56.550 pontos de Gabriel Medina e chega a 61.350 pontos com a vitória no Havaí, conquistando o tetra se a bateria decisiva não for contra o brasileiro, que já festejaria o título com a passagem para a grande final

– KELLY SLATER – necessita unicamente da vitória para alcançar 58.300 e superar os atuais 56.550 pontos de Gabriel Medina, mas o brasileiro acaba com as suas chances se passar para a quarta fase em Pipeline. Se a briga ficar contra Mick Fanning, sua situação fica igual a do Medina com ele, ou seja, garante o título se passar para a grande final, quando atinge 59.350 pontos

CHANCES DE GABRIEL MEDINA:

– Medina em 25.o ou 13.o lugar na terceira fase com 56.550 pontos – será campeão mundial se Kelly Slater não vencer o Pipe Masters e Mick Fanning não chegar nas quartas de final, quando iguala os pontos do brasileiro

– se ficar em 9.o lugar sem vencer na quarta e quinta fase com 58.800 pontos – acaba com as chances de Kelly Slater quando passar da terceira fase e obriga Mick Fanning a ser finalista em Pipeline para superar sua pontuação com 59.350 pontos

– em 5.o lugar nas quartas de final com 60.000 pontos – Mick Fanning passa a precisar da vitória no Pipe Masters para impedir o primeiro título de um brasileiro no Circuito Mundial

– em 3.o lugar nas semifinais com 61.300 pontos – Mick Fanning continua necessitando unicamente da vitória no Havaí para atingir 61.350 pontos

– CAMPEÃO MUNDIAL com a classificação para a final do Billabong Pipe Masters, garantindo imbatíveis 62.800 pontos nas nove etapas computadas no ranking do Samsung Galaxy ASP World Championship Tour 2014

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João Carvalho – Assessoria de Imprensa da ASP South America
(48) 9988-2986 – jcarvalho@aspworldtour.com
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PRIMEIRA FASE DO BILLABONG PIPE MASTERS – Vitória=Terceira Fase / 2.o e 3.o=Repescagem:
1.a: Joel Parkinson (AUS), Julian Wilson (AUS), Jeremy Flores (FRA)
2.a: Michel Bourez (TAH), Sebastian Zietz (HAV), Glenn Hall (IRL)
3.a: John John Florence (HAV), C. J. Hobgood (EUA), Raoni Monteiro (BRA)
4.a: Kelly Slater (EUA), Matt Wilkinson (AUS), Mitch Coleborn (AUS)
5.a: Mick Fanning (AUS), Adam Melling (AUS), classificado da triagem havaiana
6.a: Gabriel Medina (BRA), Aritz Aranburu (ESP), classificado da triagem havaiana
7.a: Jordy Smith (AFR), Jadson André (BRA), Travis Logie (AFR)
8.a: Kolohe Andino (EUA), Frederick Patacchia (HAV), Brett Simpson (EUA)
9.a: Josh Kerr (AUS), Kai Otton (AUS), Mitch Crews (AUS)
10: Owen Wright (AUS), Adrian Buchan (AUS), Alejo Muniz (BRA)
11: Nat Young (EUA), Filipe Toledo (BRA), Tiago Pires (PRT)
12: Bede Durbidge (AUS), Miguel Pupo (BRA), Dion Atkinson (AUS)

TOP-22 DO RANKING DO SAMSUNG GALAXY ASP WORLD TOUR 2014 – 10 etapas com 1 descarte:
1.o: Gabriel Medina (BRA) – 56.550 pontos
2.o: Mick Fanning (AUS) – 53.100
3.o: Kelly Slater (EUA) – 50.050
4.o: John John Florence (HAV) – 47.950
5.o: Michel Bourez (TAH) – 43.750
6.o: Joel Parkinson (AUS) – 43.100
7.o: Jordy Smith (AFR) – 42.900
8.o: Adriano de Souza (BRA) – 42.250
9.o: Taj Burrow (AUS) – 41.700
10: Kolohe Andino (EUA) – 35.900
11: Josh Kerr (AUS) – 35.700
12: Owen Wright (AUS) – 31.900
13: Nat Young (EUA) – 29.900
14: Bede Durbidge (AUS) – 27.200
15: Miguel Pupo (BRA) – 24.650
16: Filipe Toledo (BRA) – 23.450
17: Adrian Buchan (AUS) – 22.700
18: Kai Otton (AUS) – 21.500
19: Fredrick Patacchia (HAV) – 20.000
20: Jadson André (BRA) – 19.500
21: Julian Wilson (AUS) – 19.250
22: Sebastian Zietz (HAV) – 17.950
——-saindo dos top-34 para o WCT 2015 da WSL:
29: Alejo Muniz (BRA) – 12.950 pontos
35: Raoni Monteiro (BRA) – 4.500
——-10 que estão se classificando pelo Qualification Series:
1,o: Matt Banting (AUS) com o 2.o lugar no ranking liderado por Filipe Toledo
2,o: Wiggolly Dantas (BRA) – 3.o no ranking
3.o: Adam Melling (AUS) – 6.o no QS e 25.o no WCT
4.o: Italo Ferreira (BRA) – 7.o no QS
5.o: Jeremy Flores (FRA) – 8.o no QS e 33.o no WCT
6.o: Brett Simpson (EUA) – 10.o no QS e 31.o no WCT
7.o: Keanu Asing (HAV) – 11.o no QS
8.o: Tomas Hermes (BRA) – 12.o no QS
9.o: Matt Wilkinson (AUS) – 13.o no QS e 24.o no WCT
10.o: Jack Freestone (AUS) – 14.o no QS