Gabriel Medina e Tyler Wright vencem o Quiksilver & Roxy Pro France
Campeão mundial não deu qualquer chance para o australiano Bede Durbidge surfando as melhores ondas da bateria final disputada depois de Tyler Wright festejar o bicampeonato contra Tatiana Weston-Webb
O campeão mundial Gabriel Medina, 21 anos, voltou ao alto do pódio no Quiksilver Pro France, repetindo a sua primeira vitória no WCT conquistada em 2011 em Hossegor. Depois de ganhar a sua segunda nota 10 na semifinal brasileira com Adriano de Souza, 28, num tubaço seguido por quatro manobras potentes de backside nas direitas de 5-7 pés da quinta-feira em Culs Nus, Medina não deu qualquer chance para o australiano Bede Durbidge, 32, vencendo fácil por 17,50 a 9,44 pontos. Com seu primeiro título na temporada, assumiu a quinta posição no ranking e já tem chance matemática de disputar a “lycra amarela” do Jeep Leaderboard no penúltimo desafio do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour 2015, o Moche Rip Curl Pro Portugal, cujo prazo começa nesta terça-feira e vai até 31 de outubro em Cascais.
“Estou muito feliz por estar de volta ao pódio e especialmente com uma vitória”, disse Gabriel Medina, que não vencia uma etapa desde o Billabong Pro Tahiti do ano passado. “Estou feliz também por ter sido aqui na França, porque tenho boas lembranças daqui. Foi onde eu apareci para o mundo como grommets ainda e onde ganhei meu primeiro WCT. Eu tenho treinado duro e tinha prometido a mim mesmo que iria vencer um evento esse ano para dedicar ao meu avô, que faleceu no mês passado”.
Medina já começou a quinta-feira despachando o defensor do título do Quiksilver Pro France, John John Florence, 22 anos, por uma pequena vantagem de 14,43 a 13,10 pontos. Depois enfrentou Adriano de Souza, que está na briga direta pelo título mundial esse ano e liderava a bateria até o campeão mundial achar uma direita já encaixando num tubo incrível, com a onda ainda abrindo a parede para ele mandar uma série de quatro manobras explosivas de backside e arrancar sua segunda nota 10 no campeonato. A primeira saiu num aéreo rodando impressionantemente alto e com uma aterrisagem perfeita do giro completo no ar.
“É sempre um prazer surfar contra o Gabriel (Medina), mas é um pouco frustrante perder numa condição difícil de mar como a da nossa bateria, só que ele achou a melhor onda para vencer”, disse Adriano de Souza. “Apesar disso, chegar nas semifinais sempre é um bom resultado e estou bastante animado e confiante para a próxima etapa em Portugal. Eu sempre consigo surfar bem em Supertubos e espero poder pegar boas ondas nas baterias”.
DECISÃO DO TÍTULO – Na grande final, as séries estavam demorando um pouco mais para entrar, mas Medina já largou na frente numa boa esquerda que valeu nota 8,0. Ele saiu pegando as ondas que Bede Durbidge deixava passar para ir aumentando a vantagem, enquanto o australiano ficava esperando por uma onda boa que não entrava. Durbidge só surfou a sua primeira depois de 20 minutos, já quase congelando pelo frio de menos 8 graus da quinta-feira em Hossegor. O brasileiro ficou mais ativo e ainda surfou mais duas direitas muito boas para fechar o placar em 17,50 pontos com notas 9,0 e 8,5, contra apenas 9,44 das duas ondas computadas por Bede Durbidge.
“Eu fiz boas baterias hoje, mas a final foi dele, o Gabi (Gabriel Medina) estava sempre no lugar certo e pegou todas as ondas boas que entraram na bateria”, lamentou Bede Durbidge, que já havia perdido outro título para um brasileiro esse ano, Filipe Toledo, no Oi Rio Pro. “Essa foi mais uma daquelas baterias para esquecer. Mas, prefiro ver os aspectos positivos, pois foi mais um pódio que eu cheguei disputando a vitória. Ela não veio, mas vou continuar tentando nas próximas etapas até conseguir. Eu adoro Portugal, já fiz final lá anos atrás (em 2010 contra Kelly Slater), então estou ansioso para competir lá de novo”.
TÍTULO MUNDIAL EM PORTUGAL – No Moche Rip Curl Pro Portugal, os cinco primeiros colocados no ranking vão brigar pela liderança nas ondas de Supertubos. Mas, se Mick Fanning vencer duas baterias, ou seja, passar para a quarta fase, já acaba com as chances dos australianos Owen Wright e Julian Wilson e do brasileiro Gabriel Medina. Para os três, só interessa a vitória e Fanning não poderá passar da terceira fase. O australiano pode até conquistar o seu quarto título mundial em Portugal, se repetir a vitória conquistada no ano passado. A única possibilidade é ele vencer e Adriano de Souza não passar da terceira fase, pois com um nono lugar do brasileiro, a decisão vai para o Billabong Pipe Masters no Havaí. Se Fanning ficar em segundo na final, o campeão também só será conhecido na última etapa.
A disputa do título mundial está cada vez mais centralizada nos dois que já se enfrentaram em duas finais esse ano, ambas vencidas pelo australiano. Na França, Fanning foi barrado por Bede Durbidge nas quartas de final, mas Mineirinho despachou Owen Wright, seguiu para as semifinais e diminuiu a diferença para 450 pontos com o terceiro lugar na França. Fanning agora tem 49.900 contra 49.450 do brasileiro e a batalha entre os dois em Portugal será fase a fase, com a liderança podendo ser decidida na grande final mais uma vez. Ambos já venceram esta etapa. Fanning defende o título e Mineirinho foi campeão numa decisão histórica com Kelly Slater num mar clássico em Supertubos em 2011.
BRASIL REFORÇADO EM 2016 – Com o Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour 2015 chegando ao fim, outra batalha intensa também acontece na parte de baixo da tabela, para ficar entre os 22 primeiros colocados no ranking, grupo que é mantido na elite para o ano que vem. Os sete integrantes da “seleção brasileira” estão confirmando suas permanências no momento, com Adriano de Souza em segundo no ranking, Gabriel Medina em quinto, Filipe Toledo em sexto, Italo Ferreira como o melhor estreante da temporada em oitavo, Wiggolly Dantas em 13.o, Jadson André em vigésimo e Miguel Pupo em 21.o.
Apesar de mais ameaçado, Pupo está bem colocado no ranking do WSL Qualifying Series, que classifica os dez surfistas que vão completar a elite dos top-34 que vai disputar o título mundial no ano que vem. Cinco vagas já estão definidas com três reforços para a “seleção brasileira” de 2016 garantidos, o catarinense Alejo Muniz que retorna ao grupo principal da World Surf League depois de um ano fora e dois paulistas que se classificaram pela primeira vez, Caio Ibelli e Alex Ribeiro. E ainda tem o cearense Michael Rodrigues na porta de entrada do G-10, podendo conseguir sua vaga na “perna brasileira” de fim de ano da WSL South America, com duas etapas do QS 6000 em Florianópolis (SC) e Itacaré (BA) e uma do QS 10000 em São Sebastião (SP).
ROXY PRO FRANCE – Na quinta-feira também foi encerrada a nona das dez etapas do Samsung Galaxy World Surf League Women´s Tour em Culs Nus, com a australiana Tyler Wright conquistando o bicampeonato no Roxy Pro France em sua quarta final consecutiva em Hossegor. A vítima dessa vez foi a jovem estreante Tatiana Weston-Webb, que chegou em sua primeira decisão de título depois de ganhar a semifinal havaiana com a líder do ranking, Carissa Moore. A cearense Silvana Lima não conseguiu vencer nenhuma bateria na França, permaneceu em 13.o lugar no ranking e fora do grupo das dez que são mantidas na elite. Com isso, o Brasil pode ficar sem nenhuma representante entre as top-17 do WCT em 2016.
SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – a World Surf League (WSL) organiza as competições anuais de surfe profissional e as transmissões ao vivo de cada etapa pelo worldsurfleague.com, onde você pode acompanhar todo o drama e aventura do surfe competitivo em qualquer lugar e a qualquer hora onde acontecer. As sanções da WSL são para os seguintes circuitos: World Surf League Championship Tour (CT), que define os campeões mundiais da temporada, Qualifying Series (QS), Big Wave Tour, Pro Junior e Longboard. A organização da WSL está sediada em Santa Monica, Califórnia, com escritório comercial em Nova York. A WSL também tem sete escritórios regionais de apoio na organização dos eventos na África, Ásia, Austrália, Europa, Havaí, América do Norte e América do Sul.
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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com
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RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO QUIKSILVER PRO FRANCE:
Campeão: Gabriel Medina (BRA) por 17,50 pontos (notas 9,0+8,5) – US$ 100.000 e 10.000 pontos
Vice-campeão: Bede Durbidge (AUS) com 9,44 pontos (4,67+4,77) – US$ 40.000 e 8.000 pontos
SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.500 pontos e US$ 20.000 de prêmio:
1.a: Bede Durbidge (AUS) 11.73 x 10.84 Julian Wilson (AUS)
2.a: Gabriel Medina (BRA) 15.67 x 12.50 Adriano de Souza (BRA)
QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com 5.200 pontos e US$ 15.000 de prêmio:
1.a: Julian Wilson (AUS) 17.00 x 9.00 Italo Ferreira (BRA)
2.a: Bede Durbidge (AUS) 14.10 x 12.57 Mick Fanning (AUS)
3.a: Adriano de Souza (BRA) 15.37 x 13.83 Owen Wright (AUS)
4.a: Gabriel Medina (BRA) 14.43 x 13.10 John John Florence (HAV)
TOP-22 NO JEEP LEADERBOARD DA WORLD SURF LEAGUE – após a 9.a etapa na França:
1.o: Mick Fanning (AUS) – 49.900 pontos
2.o: Adriano de Souza (BRA) – 49.450
3.o: Owen Wright (AUS) – 43.600
4.o: Julian Wilson (AUS) – 41.450
5.o: Gabriel Medina (BRA) – 40.650
6.o: Filipe Toledo (BRA) – 40.200
7.o: Kelly Slater (EUA) – 34.150
8.o: Italo Ferreira (BRA) – 34.100
9.o: Jeremy Flores (FRA) – 33.000
10: Nat Young (EUA) – 29.700
11: Bede Durbidge (AUS) – 29.200
12: Josh Kerr (AUS) – 28.400
13: Wiggolly Dantas (BRA) – 26.850
14: Taj Burrow (AUS) – 24.450
15: John John Florence (HAV) – 23.950
16: Kai Otton (AUS) – 23.600
17: Matt Wilkinson (AUS) – 22.500
18: Joel Parkinson (AUS) – 22.400
19: Adrian Buchan (AUS) – 21.450
20: Jadson André (BRA) – 19.950
21: Miguel Pupo (BRA) – 15.250
21: Keanu Asing (HAV) – 15.250
33: Alejo Muniz (BRA) – 8.450
39: Bruno Santos (BRA) – 4.000
40: Tomas Hermes (BRA) – 2.750
43: Alex Ribeiro (BRA) – 500
43: David do Carmo (BRA) – 500
43: Caio Ibelli (BRA) – 500
ÚLTIMAS ETAPAS DO SAMSUNG GALAXY WORLD SURF LEAGUE CHAMPIONSHIP TOUR 2015:
10: Out 20-31: Moche Rip Curl Pro Portugal em Supertubos, Peniche, Cascais – Portugal
11: Dez 08-20: Billabong Pipe Masters em Banzai Pipeline, Oahu – Havaí
RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO ROXY PRO FRANCE:
Campeã: Tyler Wright (AUS) por 17,10 pontos (notas 8,67+8,43) – US$ 60.000 e 10.000 pontos
Vice-campeã: Tatiana Weston-Webb (HAV) com 10,93 (8,30+2,63) – US$ 25.000 e 8.000 pontos
SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.500 pontos e US$ 16.250 de prêmio:
1.a: Tyler Wright (AUS) 6.87 x 4.43 Sage Erickson (EUA)
2.a: Tatiana Weston-Webb (HAV) 11.27 x 3.83 Carissa Moore (HAV)
TOP-10 DO RANKING FEMININO DA WORLD SURF LEAGUE – após a 9.a das 10 etapas:
1.a: Carissa Moore (HAV) – 59.500 pontos
2.a: Courtney Conlogue (EUA) – 58.600
3.a: Sally Fitzgibbons (AUS) – 51.200
4.a: Lakey Peterson (EUA) – 47.000
5.a: Tyler Wright (AUS) – 45.200
6.a: Bianca Buitendag (AFR) – 44.050
7.a: Johanne Defay (FRA) – 42.000
8.a: Tatiana Weston-Webb (HAV) – 41.300
9.a: Malia Manuel (HAV) – 34.100
10: Nikki Van Dijk (AUS) – 32.800
13: Silvana Lima (BRA) – 23.650
20: Luana Coutinho (BRA) – 1.750
ÚLTIMA ETAPA DO SAMSUNG GALAXY WORLD SURF LEAGUE WOMEN´S TOUR 2015:
10: Nov 22-06: Maui Women´s Pro em Honolua Bay na Ilha de Maui – Havaí