Jadson André é vice-campeão no Quiksilver Pro France
Havaiano John John Florence vence na França e entra na briga do título mundial, mas aumentam as chances de Gabriel Medina ser o campeão do WCT 2014 já no Moche Rip Curl Pro Portugal
O potiguar Jadson André colocou o Brasil no pódio do Quiksilver Pro France, repetindo o vice-campeonato de Gabriel Medina no ano passado em Hossegor. Ele só não conseguiu bater o havaiano John John Florence, que reinou nos tubos de 8-10 pés do domingo de praia lotada em Le Gardian. Com a vitória, o havaiano garantiu chances matemáticas de brigar pelo título mundial nas duas últimas etapas do Samsung Galaxy ASP World Championship Tour 2014. Mas, Gabriel Medina pode confirmar o primeiro troféu de melhor do mundo para o Brasil já no Moche Rip Curl Pro Portugal, nos dias 12 a 23 de outubro em Peniche, antes mesmo do Billabong Pipe Masters, que fecha a temporada nos dias 8 a 20 de dezembro no Havaí.
Para não depender dos resultados dos seus seis concorrentes, Medina será consagrado como campeão mundial de 2014 se vencer a etapa portuguesa em Supertubos. Mas, ele pode ir derrubando adversários a cada bateria que passar em Portugal e até mesmo se terminar em último ou em 13.o lugar, ficando com os mesmos 56.550 pontos que ele sai da França. Isto desde que Kelly Slater também não passe da terceira fase, que Mick Fanning não chegue nas quartas de final, que Joel Parkinson e John John Florence não sejam finalistas e que Taj Burrow e Michel Bourez não vençam o Rip Curl Pro em Peniche.
Se Medina passar para a quarta fase, já acaba com as chances do australiano Taj Burrow e do taitiano Michel Bourez e força Slater a conseguir no mínimo um terceiro lugar em Portugal, Mick Fanning ser finalista e Parko e Florence terem que vencer as duas últimas etapas. Avançando para as quartas de final, o brasileiro atinge 60.000 pontos no ranking e apenas mais dois surfistas continuarão na briga do título mundial, com Slater passando a precisar de um segundo e um primeiro lugar em Portugal e no Havaí e Fanning a ganhar as duas etapas.
Caso Gabriel Medina chegue nas semifinais, só não será campeão mundial se Slater ou Fanning vencerem o Rip Curl Pro e também o Billabong Pipe Masters. Se ainda passar para a grande final e terminar em segundo lugar em Portugal, também vai comemorar o título antecipado se a bateria final não for contra Kelly Slater, que continuaria necessitando de duas vitórias para superar os 62.800 pontos que Medina atingiria com o vice-campeonato na próxima etapa.
Slater poderia ter diminuído a diferença de 6.500 pontos para o brasileiro se conseguisse avançar mais fases na França, no entanto foi derrotado por Jordy Smith no segundo confronto do domingo decisivo do Quiksilver Pro. Com isso, terminou na mesma quinta colocação do líder Gabriel Medina, que foi barrado no último duelo do sábado pelo australiano Josh Kerr. Jordy Smith precisava da vitória em Hossegor para ter chances matemáticas de brigar pelo título mundial, mas o brasileiro Jadson André achou ótimos tubos para derrotar o sul-africano na disputa pela segunda vaga na grande final.
BRASIL NO PÓDIO – O potiguar já havia surfado bons tubos no duelo verde-amarelo com o paulista Miguel Pupo que abriu o domingo em Le Gardian. Porém, não conseguiu achar boas ondas na bateria decisiva contra John John Florence, com o havaiano provando mais uma vez ser um dos melhores “tuberiders” (especialista em tubos) do mundo. Ele não deu qualquer chance para o australiano Josh Kerr nas semifinais e nem para Jadson André, que mesmo assim festejou o vice-campeonato que o levou da 29.a para a vigésima posição no ranking, agora entre os top-22 que são mantidos na elite do ASP World Tour para o ano que vem.
“Fazia muito tempo que eu estava atrás de um bom resultado no WCT e estou muito feliz por ter conseguido isso aqui na França”, disse Jadson André, que não fazia uma final na divisão de elite desde a sua vitória no Billabong Santa Catarina Pro 2010 contra Kelly Slater em Imbituba (SC). “Eu sentia que estava surfando forte durante todo o ano, mas as coisas não estavam saindo como eu desejava e os resultados não apareciam. Então estou muito feliz por ter feito a final aqui e espero que este vice-campeonato me dê ainda mais confiança para o restante da temporada”.
Enquanto Jadson brigava na parte de baixo da tabela de classificação, John John Florence precisava ser finalista no Quiksilver Pro France para ter chances de brigar pelo título mundial e atingiu o seu objetivo da melhor forma possível, no alto do pódio em Hossegor. O havaiano engrenou uma série de ótimos resultados nos três últimos eventos do Samsung Galaxy ASP World Tour, ficando em terceiro lugar no Billabong Pro Tahiti, segundo no Hurley Pro Trestles nos Estados Unidos e agora consegue a sua segunda vitória na carreira. A única havia sido na etapa brasileira do WCT em 2012, o Billabong Rio Pro também nos tubos do Postinho da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
“Foi um longo evento, competimos em todo tipo de condição aqui na França e estou feliz por conseguir a vitória nos tubos que rolaram nestes dois últimos dias”, disse John John Florence, que subiu da oitava para a quinta posição no ranking com os 10.000 pontos da vitória na França. “O mar estava muito mexido hoje (domingo) e o Jadson (André) é sempre um adversário difícil, principalmente depois de vencer muito bem o Jordy (Smith) na semifinal”.
O havaiano também comentou sobre a possibilidade de brigar pelo título mundial em Portugal e no Havaí. “Eu conversei com várias pessoas sobre isso e todos me disseram que a campanha do título, na verdade, começa no ano anterior. Então estou esperando conseguir mais alguns bons resultados neste final de temporada para realmente fazer uma corrida pelo título de 2015. Sei que a vitória de hoje me coloca na briga, mas o Gabriel (Medina) está tão à frente que teriam que acontecer algumas coisas muito estranhas para ele não ser o campeão deste ano”.
Até Kelly Slater, que é o surfista que tem mais chances de impedir um primeiro título do Brasil na história do Circuito Mundial, mostrou um certo desânimo após a derrota nas quartas de final para o sul-africano Jordy Smith. “Ficou mais difícil, ainda mais que eu não consegui nenhuma vitória esse ano, as coisas simplesmente não estão acontecendo para mim. Hoje (domingo) foi mais uma oportunidade perdida, mas ainda estou na briga do título, então vamos ver o que vai acontecer em Portugal”.
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João Carvalho – Assessoria de Imprensa da ASP South America
(48) 9988-2986 jcarvalho@aspworldtour.com
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FINAL DO QUIKSILVER PRO FRANCE:
Campeão: John John Florence (HAV) por 16,00 pontos (8.83+7.17) – US$ 100.000 e 10.000 pontos
Vice-campeão: Jadson André (BRA) com 4,57 pontos (2.57+2.00) – US$ 40.000 e 8.000 pontos
SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$ 20.000 e 6.500 pontos:
1.a: John John Florence (HAV) 15.50 x 8.60 Josh Kerr (AUS)
2.a: Jadson André (BRA) 16.67 x 8.84 Jordy Smith (AFR)
QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com US$ 15.000 e 5.200 pontos:
———–baterias que fecharam o sábado:
1.a: John John Florence (HAV) 16.00 x 9.17 Kolohe Andino (EUA)
2.a: Josh Kerr (AUS) 12.83 x 8.90 Gabriel Medina (BRA)
———–baterias que abriram o domingo:
3.a: Jadson André (BRA) 10.50 x 8.26 Miguel Pupo (BRA)
4.a: Jordy Smith (AFR) 12.50 x 10.50 Kelly Slater (EUA)
QUINTA FASE – REPESCAGEM – Vitória=Quartas de Final / Derrota=9.o lugar com US$ 12.500 e 4.000 pontos:
———–baterias que abriram o sábado:
1.a: John John Florence (HAV) 19.90 x 13.16 Mick Fanning (AUS)
2.a: Josh Kerr (AUS) 7.34 x 6.93 Matt Wilkinson (AUS)
3.a: Jadson André (BRA) 9.23 x 5.33 Filipe Toledo (BRA)
4.a: Kelly Slater (EUA) 15.24 x 5.87 Taj Burrow (AUS)
TOP-22 DO RANKING DO SAMSUNG GALAXY ASP WORLD TOUR 2014 – 9 etapas:
1.o: Gabriel Medina (BRA) – 56.550 pontos
2.o: Kelly Slater (EUA) – 50.050
3.o: Mick Fanning (AUS) – 43.600
4.o: Joel Parkinson (AUS) – 43.100
5.o: John John Florence (HAV) – 41.950
6.o: Taj Burrow (AUS) – 41.700
7.o: Michel Bourez (TAH) – 40.250
8.o: Adriano de Souza (BRA) – 37.550
9.o: Jordy Smith (AFR) – 35.400
10: Kolohe Andino (EUA) – 34.650
11: Josh Kerr (AUS) – 31.000
12: Owen Wright (AUS) – 30.650
13: Nat Young (EUA) – 29.900
14: Bede Durbidge (AUS) – 23.700
15: Miguel Pupo (BRA) – 23.400
16: Adrian Buchan (AUS) – 22.700
17: Julian Wilson (AUS) – 19.250
18: Filipe Toledo (BRA) – 18.750
18: Fredrick Patacchia (HAV) – 18.750
20: Jadson André (BRA) – 18.250
21: C. J. Hobgood (EUA) – 17.700
22: Sebastian Zietz (HAV) – 16.700
——-outros brasileiros:
29: Alejo Muniz (BRA) – 11.700 pontos
35: Raoni Monteiro (BRA) – 4.500