Novas Regras: Prainha protegida

Prefeitura estabelece normas, limites e critérios para visitação e atividades na Prainha, única na cidade agraciada com o selo internacional Bandeira Azul

A pequena praia de 600 metros de extensão e uma rica e ainda preservada vegetação de restinga foi, durante muito tempo, um segredo bem guardado dos surfistas cariocas | Crédito: Ricardo Zerrener

A pequena praia de 600 metros de extensão e uma rica e ainda preservada vegetação de restinga foi, durante muito tempo, um segredo bem guardado dos surfistas cariocas | Crédito: Ricardo Zerrener

A pequena praia de 600 metros de extensão e uma rica e ainda preservada vegetação de restinga foi, durante muito tempo, um segredo bem guardado dos surfistas cariocas | Crédito: Ricardo Zerrener

A Prainha foi um segredo muito bem guardado durante anos por seus mais fiéis frequentadores: os surfistas. No entanto, com a expansão imobiliária na Barra, a pequena praia de 600 metros de extensão e uma rica e ainda preservada vegetação de restinga acabou se tornando point de cariocas e turistas que se encantam com aquele cenário paradisíaco. Junto com o sucesso, chegaram também alguns problemas trazidos pela intensa movimentação que os novos visitantes provocaram no local.

Sendo assim, este verão na Prainha não vai ser igual àquele que passou. Para a alta estação em 2015, a Prefeitura estabeleceu uma série de medidas, limites e critérios para a visitação e atividades no lugar. Já está em andamento um processo de fiscalização de ambulantes e de estacionamento, realizado pela Secretaria de Ordem Pública em parceria com a Subprefeitura da Barra e Jacarepaguá. A partir de agora, a exploração comercial será submetida a estudos de impacto, conforme o Plano de Manejo da área, de forma a assegurar a sustentabilidade e a conservação da natureza por meio de diagnósticos socioambientais e planejamento estratégico. Tudo para preservar o meio ambiente e manter o charme deste pequeno paraíso da Zona Oeste da cidade.

Para este verão, a prefeitura montou um forte planejamento que envolve diversas secretarias para coibir ilegalidades, organizar o acesso e manter preservado este recanto ecológico da Zona Oeste da cidade | Crédito: Ricardo Zerrener

Para este verão, a prefeitura montou um forte planejamento que envolve diversas secretarias para coibir ilegalidades, organizar o acesso e manter preservado este recanto ecológico da Zona Oeste da cidade | Crédito: Ricardo Zerrener

Houve um reforço na vigilância e fiscalização contra o trabalho irregular de ambulantes, distribuição de produtos ou práticas ilegais como churrasco e venda de bebidas em garrafas de vidro e até mesmo para que a prática de atividades esportivas como frescobol e altinho aconteça dentro dos limites estabelecidos. Ambulantes serão cadastrados pela Seop e somente poderão vender alimentos e bebidas em copos de plástico. A venda de biquínis, cangas e bronzeadores, o aluguel de barracas e cadeiras e festas com música e tochas na areia estão terminantemente proibidos.

Nos fins de semana e feriados, o acesso de carros à praia é controlado das 7h às 19h. Nesse período, só estão liberadas 200 vagas de estacionamento. Assim que a capacidade for atingida, a entrada de novos veículos ficará bloqueada até as 15h e os acessos serão controlados e fechados na Avenida Estado da Guanabara e na Estrada do Pontal. Também não é mais permitido o estacionamento ao longo da Estrada da Prainha e os veículos parados irregularmente serão rebocados. A recomendação para os banhistas é que adotem os hábitos dos surfistas: chegar cedo, de preferência caminhando ou usando uma bicicleta. O acesso é limitado apenas em relação ao número de veículos que poderão ter acesso ao estacionamento, não ao número de frequentadores.

Desde 2012, a Prainha ostenta a Bandeira Azul em suas areias. O título atesta a qualidade da praia e sua importância para o meio ambiente | Crédito: Ricardo Zerrener

Desde 2012, a Prainha ostenta a Bandeira Azul em suas areias. O título atesta a qualidade da praia e sua importância para o meio ambiente | Crédito: Ricardo Zerrener

Em 2012, a Prainha recebeu o selo internacional Bandeira Azul, que atesta a qualidade da praia e sua importância para o meio ambiente. Criado em 1987, o Bandeira Azul tem o objetivo de incentivar a preservação de praias urbanas que atendam a critérios específicos, como balneabilidade e a existência de projetos de educação e gestão ambiental no local. Mais de três mil praias em 46 países já receberam o certificado, que precisa ser revalidado a cada ano. A Prainha é a primeira praia do Rio a conquistar o título.

Este ano, o selo foi renovado após rigorosa análise realizada pelo instituto dinamarquês Foundation For Environmental Education, entidade credenciada pela ONU e Unesco, em um processo acompanhado de perto pela Casa Civil do município. Manter o selo não é tarefa simples: a Prainha passou a atender a trinta e três quesitos que são avaliados anualmente pela instituição, distribuídos nas categorias educação e informação ambiental, qualidade da água, segurança e gestão ambiental. A Secretaria de Meio Ambiente mantém um Núcleo de Educação Ambiental, uma equipe de monitores formada por biólogos, geógrafos, uma engenheira ambiental e um sociólogo, cuja função é promover um programa de educação ambiental permanente, voltado para ações de conscientização e preservação do meio ambiente. Para finalizar, até o processo de limpeza no local é diferenciado: a Comlurb precisou desenvolver um projeto personalizado para a coleta de resíduos.

Além de uma das mais belas faixas de mar e areia da cidade, a Prainha é também Unidade de Conservação de Proteção Integral e um Parque Natural Municipal, que dispõe de uma área de 146,93 hectares na Avenida Estado da Guanabara, s/nº, Grumari, aberta à visitação de terça a domingo, das 8h às 17h.

Fonte: VEJA RIO